Votar no PS em Lisboa é votar numa cidade sem aeroporto
O candidato social-democrata à Câmara de Lisboa, Santana Lopes, afirmou hoje que votar no PS nas autárquicas é votar numa cidade sem aeroporto, uma possibilidade que está disposto a combater, mas "sem guerra" ao governo. Em declarações aos jornalistas em Alcochete, junto ao local onde será construído o novo aeroporto, o cabeça-de-lista da coligação Lisboa com Sentido (PSD, CDS-PP, MPT, PPM) afirmou que “qualquer lisboeta que se preze sabe que é mau Lisboa ficar sem aeroporto”. “Se fosse eleita a outra equipa [do PS], o cenário está traçado: concordância com a saída do aeroporto de Lisboa. É isso que os lisboetas têm que pensar e ponderar, ter isso bem presente na hora em que forem votar”, afirmou.
As consequências da desactivação da Portela, afirmou, far-se-iam sentir “na hotelaria, no comércio, na mobilidade, no dia-a-dia dos lisboetas, da cidade como um todo” e significariam “tirar emprego e investimento da cidade”. “Temos que nos revoltar”, defendeu, ressalvando que se for eleito, não faz tenções de “entrar em guerra com o governo” mas também não está disposto a transigir. Por isso, pediu votos para “dar força a esta posição, por causa das negociações que terá que haver com o governo que tomar posse”. O facto de as deslocações do novo aeroporto para o centro da cidade irem demorar “duas ou três vezes mais, quase bastaria para o sentido de voto não poder ser na equipa que dirige actualmente a Câmara”, disse. “Tenho a certeza que o aeroporto vai continuar em Lisboa se a câmara for firme nos próximos quatro anos.
Era o que faltava que Lisboa não tivesse direito a um aeroporto, mas se o governo insistisse, teríamos outros instrumentos, como a consulta directa à população”, declarou. Para Santana Lopes, é ponto de honra que os voos de curto e médio curso continuem a aterrar e levantar da Portela, e o candidato prometeu continuar a dizer “não” ao governo quanto à hipótese de o aeroporto acabar. Numa época em que a capital “tem perdido força, população, tem-se desvitalizado, o processo tem que ser ao contrário”, afirmou, reiterando que é preciso “enriquecer Lisboa, dar razões às pessoas para investirem”. Ao governo, recomendou “prudência”, sem “acelerar a construção” do novo aeroporto em Alcochete, que pode ir sendo construído por módulos. Afirmou que a Portela tem margem para expansão, ou para Camarate ou para a zona da base militar de Figo Maduro, por exemplo, sugeriu.