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Risco Contínuo

Estrada dos bravos, blog dos livres

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Questões de Nobreza... e de Pobreza.

Gastão de Brito e Silva, 06.01.13

“Fidalguia sem comodoria é gaita que não assobia”... como diz o velho ditado.

 

Grassam por este pais à beira mar abandonado, um sem número de residências nobres que chegaram a um estado de preservação muito menos digno do que os áureos dias que outrora conheceram...

 

São um reflexo de uma aristocracia depauperada que foi perdendo o carisma e a fortuna pelo passar de várias gerações, na maior parte das vezes sem trabalhar...

 

No meu entender, distingo a nobreza em três ramos bem diferentes...

 

A nobreza de nascimento é a que menos valor tem, e é de uma grande responsabilidade.

 

Bastou o nosso karma ter escolhido um berço para sermos galardoados com “sangue azul”, o que nos pode abrir portas e dar acesso a um nível sócio cultural privilegiado, no entanto é sempre um dever honrar o nome que se transporta, para poder ter o merecido orgulho.

 

A nobreza empresarial e militar é apanágio de homens com H, é com actos de bravura, diplomacia, ética e inteligência, que se distinguem os valorosos.

 

Independentemente do seu nascimento, qualquer um poderia conquistar um titulo... se o merecesse.

 

A nossa história passada e presente, está pejada e bem marcada com bons exemplos que fizeram e fazem de Portugal uma digna nação

 

Há ainda a nobreza de espírito, que independentemente do estado social em que se nasceu é a que nos vai guiar por um caminho mais puro e garantir a honra de cada um...é importantíssima!

 

A nobreza de espírito nem sempre anda de mãos dadas com a nobreza social, como se pode testemunhar pela maneira como o património imobiliário onde os egrégios avós alcançaram as suas glórias, é votado ao esquecimento, conspurcando todo o sentido de nobreza.

 

Estas casas são autênticos guardiões de histórias e memórias familiares que deveriam ser preservadas com o mesmo carinho que um brasão ou titulo de nobreza.

 

Sei que os custos de manutenção de uma propriedade desta envergadura são elevados, mas a sua sustentabilidade pode ser auto gerada com um pouco de trabalho, empreendedorismo e inteligência... como sempre foi ao longo das várias gerações.

 

Noutros casos a ganância também faz estragos, pois muitas vezes as questões de partilhas levam uma boa parte do nosso património a um estado que em nada faz justiça ao bom nome de ninguém.

 

Também a exuberância dos estilos de vida, em que muitos "nobres" teimam em manter sem os devidos rendimentos, deitam a perder não só a nobreza com que supostamente nasceram, como também os melhores valores que deveriam manter...

 

O estado português, que foi outrora representado por uma família real, deveria igualmente dar exemplos de nobreza, já que usourpou um estatuto que desperdiça todos os dias, dando exemplos que envergonham o País e todo o seu povo...

 

O nosso melhor e mais nobre património, definha todos os dias aos descuidados da república, que parece pretender apagar o nosso glorioso e nobre passado substituido-o com "magestosos mamarrachos", simbolos do novo-riquismo instalado, afirmando-se pela demagogia barata do "progresso"...

 http://ruinarte.blogspot.pt