Uma questão de calendário
Para os que deram por isso, perdão pela ausência. Para os que não deram, ignorem este regresso. E serve o presente post para recordar um fait-divers político, ocorrido há uns meses e que, como quase tudo neste país, depressa foi esquecido. E não é que morra de amores pela figura em questão, mas trata-se de não bater sempre no mesmo ceguinho.
Quando Santana Lopes lançou para a praça pública que PS queria antecipar as eleições legislativas, foi imediato a gritaria que o homem estava a alucinar, que raio de ideia querer juntar as europeias de Junho com o sufrágio nacional. Ora, 2009 começou com o senhor primeiro-ministro a ir à SIC dar a entender, (assim como quem não quer a coisa, querendo) que essa junção eleitoral até nem era inédita. Agora leia-se: o Público garante que Sócrates é peremptório na recusa em juntar as autárquicas com as legislativas e (espante-se!) o Expresso assegura hoje que, em caso de fusão de datas, Cavaco Silva não admite outra possibilidade.
Adivinha-se, assim,como vai decorrer a cooperação estratégica: mais um braço-de-ferro dissimulado, amuos à vez, silêncios constrangedores nos encontros semanais, a sós, em Belém, (qual nubentes) fazendo tentativas sucessivas de marcar uma data conveniente a ambos e ao país. Ao país???... E nisto se ocupará o primeiro trimestre de 2009, com questões de calendário e de muito pouca substância.