Carta Aberta aos Deputados eleitos pelo Círculo Eleitoral de Viana do Castelo
Exmo(a). Senhor(a) Deputado(a) eleito(a) pelo Círculo Eleitoral de Viana do Castelo
No próximo dia 29 deste mês, o Parlamento vai debater projectos que pretendem legalizar a Eutanásia, pelo que nesse dia estarei com particular atenção ao voto de todos os deputados do Círculo Eleitoral de Viana do Castelo.
A eutanásia, para além de não ser um tema prioritário para Portugal, representa um retrocesso civilizacional, uma vez que a dignidade da vida não se garante com a consagração legal do direito à morte por opção.
Pergunto, Sr.(a) Deputado(a), qual a urgência de avançar já com um projecto de lei sobre a eutanásia sem o parecer de diversas entidades, nomeadamente do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida?
Quando V.ª Ex.ª se candidatou às eleições legislativas de 2015, o programa eleitoral que apresentou aos eleitores não expressava a posição do partido que representa sobre a Eutanásia, pelo que, quer o Sr.(a) Deputado(a), quer o Parlamento, não estão legitimados para decidir sobre esta questão, por não terem sido mandatados para tal.
Não raras vezes, ouço alguns deputados e outros políticos, afirmarem que devemos confiar na classe política, pois esta, está ao serviço do povo.
Como se pode afirmar tal coisa, se a maior parte das vezes, após tomarem os lugares para que foram eleitos, votam em sentido contrário ao das promessas efectuadas durante a campanha eleitoral?
Se o Senhor(a) Deputado(a) quer, de facto, contribuir para a credibilização da política, aqui está uma boa oportunidade para o fazer, votando contra a despenalização da Eutanásia. Se mais não fosse pelo facto de na campanha eleitoral não ter dito aos seus eleitores qual a sua posição sobre o assunto.
O sentido de voto de cada um dos deputados do Círculo Eleitoral de Viana do Castelo, vai pesar e muito, na minha decisão quando for votar nas próximas eleições legislativas.
A minha arma é o meu voto, e, em consciência, nunca poderei votar num partido que aprove a legalização da Eutanásia, ou a “morte misericordiosa”, como a apelidava Adolf Hitler, quando em 1939, assinou um decreto que permitia o extermínio sistemático de deficientes.
Espero, muito sinceramente, que o voto de V.ª Ex.ª seja um rotundo NÃO à legalização da Eutanásia!
Com os Melhores Cumprimentos
José Aníbal Marinho