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Risco Contínuo

Estrada dos bravos, blog dos livres

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Augusto Santos Silva malha no ambientalismo

Duarte d´Araújo Mata, 19.02.13

Foto retirada AQUI

Escreve Augusto Santos Silva no seu Facebook:

"1. Às vezes dão-me umas angústias totalmente absurdas. A de hoje tem a ver com o nosso ambientalismo.
2. De facto, que é feito dos ecologistas e das suas associações, que nunca mais ouvi falar deles?

Dantes tão pressurosos em denunciar poluições, lixos, desrespeitos pela natureza, violações das Diretivas, atrasos nos PROTs, violações da REN, da RAN e já não sei que mais - e agora tão calados, tão mortiços, tão invisíveis?
3. Terão hibernado? Então, porque não acordam, agora que se já sente um cheirinho de primavera?
4. Adorarão a ministra do Ambiente, subscreverão a sua política? Então, porque se acanham de dizê-lo?
5. Ou pertencerão à longa lista daqueles que só verdadeiramente se excitam quando é a esquerda que está no governo?"

Como ambientalista, não pertencendo a nenhuma ONGA, considerando-me eu de uma esquerda moderada, posso dizer, infelizmente, que bem e mal ao Ambiente, todos fazem um pouco...note-se que mal há muito mais que falar do que bem...

Este Governo, por via da crise económica, tem sido campeão nas reduções de emissões e a crise imobiliária encarrega-se de folgar as costas a quem sempre se bateu contra a destruição de bons solos de valor agrícola e/ou, ecológico. No entretanto tem-se dedicado a alterar as Leis de ordenamento do Território ou das Florestas, pelo que, se o dinheiro alguma vez voltar, teremos ainda mais problemas que no passado recente. Entretanto, boas ideias desse passado recente, como a aposta nas renováveis ou no veículo eléctrico vão sendo agora sacudidas, como se de batatas quentes se tratassem. No entanto, nesse passado recente, o Ministro do Ambiente (do PS), Nunes Correia, de forma hábil e quase sem oposição pública, alterou a legislação da REN e da RAN, mantendo, na prática, apenas o nome. Entre Decretos e Portarias, pouco mais ficou do que permitir que os Municípios decidam por si as áreas a delimitar e a desafectar ou delimitem uma Estrutura Ecológica Urbana que, na prática, não tem sequer definições legais claras, e que, pasme-se, permitem até a edificação...

Estes que agora cá estão, no fundo, nesta matéria, apenas lhes seguiram as pisadas...

Podia falar dos PIN+ ou então recuar uns anos e lembrar-me da co-incineração ou das auto-estradas e plataformas logísticas, hoje várias semi-desertas, a rasgar o País, enquanto a renovação do material ferroviário obsoleto era cancelado devido "à crise".

Assim, há ambientalismos para todos os gostos. O sério e o histérico. O consistente e o divagante. O construtivo e o de protesto. 

O que nos falta nesta altura é mesmo um ambientalismo capaz de congregar esforços e tendências em torno de um projecto político comum e forte, que alavancasse o crescimento económico e a justiça social no próprio Ambiente e nas suas potencialidades.

O que não precisamos são dos que não escondem ver o "ambientalismo" como uns elementos potencialmente agitadores, prometendo-se em alturas específicas vir até a poder defender as suas causas, mas apenas como quem põe uma flor na lapela.

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