Ódio de classe
Imaginem que um empresário qualquer se referia a Francisco Louçã como "um paroleco cheio de raivinhas sociais". Caia o Carmo e a Trindade e se calhar até havia um processo em tribunal por desrespeito por um deputado da Nação ou por "racismo social" ou qualquer coisa do género. Porém, há uns dias, a propósito da tentativa de compra do BPP pela Orey Antunes, Louçã depreciou publicamente o responsável por este grupo, Duarte d'Orey, como "um menino família" que julga que tem direito a tudo...
Não conheço os contornos desse negócio nem Duarte d'Orey, mas é bem sintomático que, em vez de criticar a tentativa de compra, que é um direito que lhe assiste, ou até de invectivar "os capitalistas", o dirigente bloquista tenha apelado ao ódio mesquinho contra quem não tem culpa nenhuma de ter nascido com o nome e a família que tem. Reconheçamos que os dirigentes do PCP, que certamente também não aprovam este negócio, são muito mais bem educados e consequentes.