Playboy portuguesa
Sim eu confesso, está confessado: fui um dos milhares de compradores do primeiro número da edição portuguesa da Playboy. Deve estar quase a fazer um mês que o fiz. Era sábado de manhã e fui à tabacaria do costume, no bairro de Alvalade, olhei para as novidades e tive a atitude do costume, ou seja, parecia uma mulher de classe média perdidada nos saldos do El Corte Inglês: comprei o Expresso, o Sol, o Semanário, o Diabo, a Ler e a Visão, dois maços de Rothmans Azul e por fim a Playboy portuguesa.
Não vou dizer, como muitos que andam por aí, que sou um grande macho e nem sequer olhei para os lados. É claro que olhei! Mas estava sozinho na tabacaria. A senhora até parece ter ficado contente por eu ter levado tanta coisa e a revista masculina passou despercebida ali no meio.
Quando a comecei a ler fui-me interessando pela coisa, e não me refiro à Mónica Sofia (a menina da capa), mas ao conteúdo em si. Gostei do espaço de opinião do Nuno Markl, amei a crónica da Ana Anes e delirei, como já é costume, com a escrita do Pedro Paixão. A revista afinal até tem nível e é verdadeiramente interessante - o pior que lá tem ainda é mesmo a Mónica Sofia, quanto mais não seja por se chamar Mónica Sofia e por namorar com um tipo chamado Rubim.
Mas já que estou a falar das senhoras que se despiram para o nº 1 da Playboy Portugal, devo referir a reportagem fotográfica feita às meninas do Horseball - gabo a coragem de divulgarem desta forma a modalidade. Ainda por cima no meio equestre, sempre conotado ao conservadorismo. Muito bem meninas, muito bem. (os leitores do Portal Lisboa vão ter novidades em breve sobre as mesmas).
No global gostei da revista e sinceramente acho que tem mais nível do que todas as outras revistas masculinas disponíveis no mercado. Ora vejamos, é mais sóbria, as fotografias parecem melhor trabalhadas e menos artificiais, e o conteúdo da revista em si é bom - quase me arriscaria a dizer que tem classe. Mas mais do que isso, as senhoras que aqui se despem não são hipócritas como as que também se despem para as outras revistas - ao menos aqui mostram tudo. As outras aparecem praticamente com o mesmo grau de nudez, nudez esta que não efectivam para não dizer que pousaram nuas. Na minha terra chama-se a isto "fazerem-se de anjinhos".