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Risco Contínuo

Estrada dos bravos, blog dos livres

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Crónicas da Nau Catrineta

Sónia Ferreira, 06.07.19

Parte 5

A Balança de Anúbis e o valor da vida humana

 

Quanto vale a vida Humana?

Aparentemente 2 milhões de euros.

Só um momento!

2 milhões de euros se for uma vida singela, inocente, sem maldade e que nada entende do mundo, cuja única prioridade é respirar e sentir o aconchego da mãe…

Porque há vidas e vidas…

Por exemplo, quanto vale a vida de um banqueiro?

- Ah! Calma, calma não misturemos as coisas é que um banqueiro é um banqueiro!

Então… quanto vale a vida de um jogador de futebol?

- Eh lá! Com o futebol não se brinca!

Tudo bem. Deixemo-nos de brincadeiras então.

Podemos medir o preço da vida humana em helicópteros ou podemos continuar a falar em euros?

É que na Balança de Anúbis helicópteros, euros, medicamentos ou almas têm pesos diferentes…

Passo a explicar.

Anúbis, um dos deuses da mitologia Egípcia responsável pelo julgamento dos mortos, enquanto ouvia a declaração do finado, colocava o coração deste num dos pratos da sua balança. No outro prato colocava uma pena, símbolo de Maat deusa da verdade.

Ao ser pesado, o coração puro e verdadeiro deveria pesar o mesmo que a pena e seria dada a hipótese do defunto transitar para a vida após a morte e viver a eternidade do além.

Acontece que a “balança” dos Portugueses está avariada, o Anúbis português recebe por fora e a pena foi substituída por um calhau da calçada.

É preciso acordar para a vida e, de uma vez por todas dar valor ao que tem valor. Deixemo-nos de conversa fiada.

É que parece que tudo passa neste novo crivo social!

Não há nada suficientemente grave que abane as gentes?

Olho com perplexidade o que me rodeia e questiono: Mas os Portugueses andam anestesiados? O que é que andam a pôr na água?

Nada supera o valor da vida humana! Deixemo-nos de hipocrisias!

O momento da verdade está lá para todos. Todos.

Seja na balança de um ser sobrenatural seja na nossa própria consciência.

Deixemo-nos de coisas!

O manifesto faz-se nas urnas de voto. Não nas redes sociais ou na praça pública.

É tempo de mudar o rumo. Sem medos!

Porque o medo não tem peso na balança.

Só a verdade.