Crónicas da Nau Catrineta
Parte 5
A Balança de Anúbis e o valor da vida humana
Quanto vale a vida Humana?
Aparentemente 2 milhões de euros.
Só um momento!
2 milhões de euros se for uma vida singela, inocente, sem maldade e que nada entende do mundo, cuja única prioridade é respirar e sentir o aconchego da mãe…
Porque há vidas e vidas…
Por exemplo, quanto vale a vida de um banqueiro?
- Ah! Calma, calma não misturemos as coisas é que um banqueiro é um banqueiro!
Então… quanto vale a vida de um jogador de futebol?
- Eh lá! Com o futebol não se brinca!
Tudo bem. Deixemo-nos de brincadeiras então.
Podemos medir o preço da vida humana em helicópteros ou podemos continuar a falar em euros?
É que na Balança de Anúbis helicópteros, euros, medicamentos ou almas têm pesos diferentes…
Passo a explicar.
Anúbis, um dos deuses da mitologia Egípcia responsável pelo julgamento dos mortos, enquanto ouvia a declaração do finado, colocava o coração deste num dos pratos da sua balança. No outro prato colocava uma pena, símbolo de Maat deusa da verdade.
Ao ser pesado, o coração puro e verdadeiro deveria pesar o mesmo que a pena e seria dada a hipótese do defunto transitar para a vida após a morte e viver a eternidade do além.
Acontece que a “balança” dos Portugueses está avariada, o Anúbis português recebe por fora e a pena foi substituída por um calhau da calçada.
É preciso acordar para a vida e, de uma vez por todas dar valor ao que tem valor. Deixemo-nos de conversa fiada.
É que parece que tudo passa neste novo crivo social!
Não há nada suficientemente grave que abane as gentes?
Olho com perplexidade o que me rodeia e questiono: Mas os Portugueses andam anestesiados? O que é que andam a pôr na água?
Nada supera o valor da vida humana! Deixemo-nos de hipocrisias!
O momento da verdade está lá para todos. Todos.
Seja na balança de um ser sobrenatural seja na nossa própria consciência.
Deixemo-nos de coisas!
O manifesto faz-se nas urnas de voto. Não nas redes sociais ou na praça pública.
É tempo de mudar o rumo. Sem medos!
Porque o medo não tem peso na balança.
Só a verdade.