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Risco Contínuo

Estrada dos bravos, blog dos livres

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Resultados Eleitorais

JFD, 26.05.14

Com abstenções recordes - saliente-se o caso extraordinário da Eslováquia onde a abstenção atingiu o valor de 87%, facto que jamais pode ser ignorado -, a Europa está nas mãos dos conservadores do PPE. Austeridade, fosso social, precaridade salarial, insegurança estrutural continuarão na ordem do dia. Por cá o Partido Socialista vence mas não é o vencedor da noite. A margem mínima que se traduz pela diferença de um eurodeputado significa que, de alguma forma, a campanha anti-Sócrates levada a cabo pela coligação CDS-PSD surtiu efeitos, e o baixo carisma de Seguro é ainda fator de peso. Os vencedores da noite são a CDU, sempre fiel a si mesma e por isso premiada pelo eleitorado que exige uma esquerda forte, e o MPT graças à figura popular de Marinho e Pinto. O outro derrotado da noite é o BE, sintoma de um fim de ciclo "bloquista", partido que vinha perdendo a sua expressão com a morte de Miguel Portas e com as saídas de Francisco Louçã, Daniel Oliveira, Joana Amaral Dias, Ana Drago e Rui Tavares. Ora, o partido deste último, o Livre, ficou pela metade dos votos do BE. Não sendo um resultado eloquente não deixa de permitir um balão de oxigénio para as próximas campanhas e lutas. A esquerda à esquerda do PS e à direita do BE e PCP tenderá a ganhar força. O mesmo pode ser dito do PAN, o partido das propostas budistas e da defesa dos animais faz o seu caminho de força sólida, coerente e séria. É uma força em expansão significativa. 

não vale a pena

Sofia de Landerset, 26.05.14

 

Tudo está já dito e escrito sobre as eleições de ontem, por analistas e comentadores cuja ciência, sabedoria e pertinência em muito ultrapassam o meu insignificante contributo.

Quem ganhou, quem perdeu, quem sai, quem entra, o futuro, o próximo e o menos próximo, o voto bom, mau, e o vilão - sempre a abstenção, este.

Zangam-se, certamente com razão, mas com uma raiva espumante, com quem ontem não foi votar.

Que agora calem e comam, que não se queixem, que é uma vergonha, uma desonra, uma falta de respeito por quem lutou para que pudéssemos votar.

Os mortos! os mortos pela causa da liberdade de voto.

Que o voto devia ser obrigatório, e estou mesmo a ver os suspeitos do costume, esfregando as mãos na antecipação de mais uma catrefada de multas, e é se não forem uns quantos abstencionistas empedernidos parar à prisão, reincidentes no crime da indiferença.

Devo dizer com clareza que não apoio a abstenção, mas talvez fosse mais útil para todos retirar lições daquilo que está a acontecer. 

Claro que é mais fácil criar uma obrigação do que prevenir. Prevenir dá trabalho, mudar dá trabalho, melhorar então dá uma trabalheira que só de pensar nisso já estamos exaustos.

Mas basta andar na rua de olhos e ouvidos bem abertos (bem sei que andar na rua é coisa de pobre, não é exercício praticado pelos iluminados que nos governam, que nos comentam e que nos chamam nomes por não irmos votar) para perceber porque é que tanta gente já não vota.

O povo sente-se impotente e deixou de ter esperança. 

É tão simples e tão triste como isto.

Impotente porque vote em quem votar, o resultado é infalivelmente o mesmo. Sem esperança porque o resultado da revolução que fez, há 40 anos, pleno da dita esperança, deu no que deu: voltou a pobreza, a imigração, o desalento.

Não valeu a pena então, não vale a pena agora.

O povo resigna-se, e por mais que espumem os iluminados lá no topo, o povo já não quer votar, já não quer lutar, já não quer saber.

O povo virou-vos as costas.

Mas podem sempre proibir isso, também.

 

O mal é sono

Duarte d´Araújo Mata, 18.05.14

Dorme-se em qualquer lado! "Dormir é o melhor remédio", diz-se.
Rimo-nos de Mário Soares há uns anos e das suas sestas e das declarações sobre o assunto.

Rimo-nos da Dinamarca quando há uns anos adoptava a obrigatoriedade da sesta em trabalhos por turnos.

Há cada vez mais evidências de que o sono e a falta dele são as causas de inúmeras doenças e inúmeras razões para falharmos.

É pois com naturalidade que vemos cada vez mais evidências científicas sobre a importância do sono:


No que respeita à produtividade, onde somos sempre apontados como um problema, valia a pena pensarmos também nesta questão. Porque dormir não custa dinheiro, ao contrário dos custos de tratamentos, medicamentos ou dos prejuizos decorrentes de dormir pouco. 

"Ajustamento" é também isto. É melhorar procedimentos, ou trata-se de um problema unicamente do foro financeiro?

 

A revisão das leis de Jogos de Fortuna e Azar on-line pode significar grandes mudanças

Pedro Quartin Graça, 15.05.14

Uma análise das várias mudanças legais prestes a acontecerem no mundo de jogos de fortuna e azar on-line. O atual estado e o futuro da indústria


Mudanças nas leis de jogo mais voláteis do que nunca

 

As tensões existentes no Leste Europeu podem ter tomado toda a atenção das opiniões políticas nos últimos meses; no entanto, outra questão tem emergido gradualmente, envolvendo as mudanças na legislação de jogos de azar on-line, que vão ser uma das próximas grandes discussões políticas.

Apesar de a Ucrânia ter começado um jogo de Roleta Russa com Vladimir Putin, parece que o presidente decidiu cobrir o blefe e retaliou, não só com um pulso firme, mas com tácticas de intimidação.

Se a situação se desenrolar on-line, para grandes apostas, a Rússia de Putin terá adicionado dividendos aos cofres do seu país. A maré, na verdade, está a virar.

A Gambling Compliance divulgou um relatório recentemente, no início do corrente ano, que investiga certos assuntos, cercando as acções em andamento, focando-se no caminho que alguns países podem estar a tomar.

Várias revisões da lei estão a ser planeadas agora em países como a Irlanda, a Suíça e a Holanda, visando modificar consideravelmente as suas leis de jogos existentes. Curiosamente, há cinco anos, os únicos Estados-Membros da UE que tinham um regime de licenciamento nacional eram: Itália, Malta, República Checa, Estónia, e Letónia. 

 

Malta foi um um dos primeiros países a ter um regime de licenciamento nacional

 

Portugal é outro país que recentemente passou por uma mudança. Em Fevereiro do presente ano a Troika (a Comissão da UE, Banco Central Europeu (BCE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) pressionaram Portugal a alterar a legislação em vigor. Devido a essas mudanças na legislação, cada vez mais casinos poderão operar no seu território

Certos países que proíbem ou restringem jogos de azar on-line dizem que fazem isso para protegerem os clientes deles mesmos. Na Suécia e na Holanda este é um ponto relativamente discutível, uma vez que combatem esta situação oferecendo jogos de azar através de monopólios nacionais.

 

Queixas do Governo

 

O que mais preocupa os governos é que as apostas on-line têm um enorme efeito negativo financeiramente para eles, pois ameaçam a receita que eles ganham, provinda dos monopólios locais. Na Holanda, todos os ganhos através de jogos de azar são tributados à taxa de 29%.

Leighton Vaughan Williams da Unidade de Pesquisa de Apostas da Nottingham Business School, no Reino Unido, diz: "A política de muitos dos Estados-Membros da UE para jogos on-line parece ser mais motivada pela protecção dos cofres públicos do que pela protecção do público."

Leighton Vaughan Williams duvida que o interesse público venha sempre em primeiro lugar

 

Enquanto isso, os países que confortavelmente regulamentaram os jogos de azar via Internet, como a França, Itália e Espanha, continuam a batalhar com as limitações que os Estados impõem para só limitar os jogadores de suas nações.

 

Implicações Financeiras

 

Muitas nações que estão lidando com déficits económicos estão a considerar o licenciamento de jogos de azar on-line, de acordo com a Gambling Compliance.

No entanto, eles também sugerem que, como na Noruega, cujo orçamento excedente foi de 13,6% em 2012, estes estão a rever o monopólio de jogos de azar on-line do país, numa tentativa de adicionar lucros à sua já crescente indústria do petróleo.

Política, Negócios, assuntos do dia-a-dia, todos eles são derivados de um risco calculado. On-line, há, sem dúvida, menos subtileza, jogadores sem rosto, até mesmo robôs denominados Sr. Algoritmo, jogando apostas de altos riscos.

Como Charles Lamb certa vez afirmou: "Cartas são a guerra disfarçando-se como um desporto".

Para a maioria dos governos e para o Sr. Putin, eles têm todos os ases.

A democracia não é compatível com sociedades secretas!

José Aníbal Marinho Gomes, 09.05.14

O Dr. Rui Pereira, sobre quem já me pronunciei num outro Blog a 13 de Outubro de 2012, personalidade ideológicamente primária e maçon declarado, a propósito dos ajustes directos realizados por João Alberto Correia, ex-director geral de Infra-estruturas e Equipamentos do Ministério da Administração Interna (MAI),  escreveu na edição em papel do Correio da Manhã de ontem, o seguinte: "A instituição (a Maçonaria) merece ser evocada a propósito de causas nobres: o liberalismo, a república, a democracia; a abolição da escravatura, da pena de morte e da tortura; o ensino público e o serviço nacional de saúde".

Como canta Jorge Palma: Deixa-me rir, Essa história não é tua...Deixa-me rir, Tu nunca lambeste uma lágrima...Pois é, pois é, Há quem viva escondido a vida inteira, Domingo sabe de cor, o que vai dizer Segunda feira...Deixa-me rir, Tu nunca auscultaste esse engenho, De que falas com tanto apreço, Esse curioso alambique, Onde são destilados, Noite e dia o choro e o riso...Pois é, pois é, Há quem viva escondido a vida inteira...

No seu artigo de opinião, qual paladino dos tempos modernos da Maçonaria, refere que como responsável pela primeira nomeação de João Alberto Correia, apenas atendeu ao Curriculum do filho do antigo grão-mestre do Grande Oriente Lusitano (GOL), João Rosado Correia, ex-ministro de um governo liderado por Mário Soares, e não ao facto de ser também maçon e membro da Loja 25 de Abril, integrada no GOL.

De novo Jorge Palma: Deixa-me rir…

Refira-se que João Correia é doutorado em Arquitectura pela Universidade de Salford, no Reino Unido, e foi docente na extinta Universidade Independente, integrando também o corpo docente da Escola Superior Gallaecia, de Vila Nova de Cerveira, onde vários familiares também leccionam, e que pertence à Fundação Convento da Orada, fundada em 1988 pelo seu pai, com sede em Monsaraz, à qual também já presidiu.

É urgente mudar o estado a que chegou o nosso país, cujos órgãos de decisão (governo, Assembleia da República, serviços de informação, etc.) estão repletos membros de obediência a rituais “aventaleiros”.

Assim, entendemos que os deputados, membros do governo, magistrados, agentes dos serviços de informação, etc., devem declarar as suas ligações maçónicas, permitindo uma maior transparência na democracia portuguesa e contrariamente ao que pensa o Dr. Rui Pereira, não há qualquer inconstitucionalidade nisso.

De acordo com o Jornal Público, João Alberto Correia Integrou o conselho editorial da Revista de Segurança e Defesa, juntamente com um restrito grupo de influentes maçons, como Ângelo Correia, António Vitorino, etc.

Noticia o jornal ique João Alberto Correia, se encontra detido desde a semana passada e que terá alegado no interrogatório a que foi sujeito no Tribunal Central de Instrução Criminal, que os ajustes directos foram feitos com aval superior e que, nalguns casos terá mesmo "desenrascado" respostas a ordens superiores que tinham carácter de urgência.

É muito importante descobrir a verdadeira dimensão da teia!

A propósito Dr. Rui Pereira, carece de fontes fidedignas a afirmação de que a maçonaria esteve na origem da abolição da pena de morte e da tortura em Portugal, mas de facto esteve na génese da implantação da república em Portugal, ordenando o assassinato do Rei D. Carlos e do Príncipe D. Luís Filipe, baptismo de sangue desse regime.

Sobre a Maçonaria, o histórico do PS Henrique Neto acusou-a de corromper o PS e a democracia com alianças secretas e planos de poder que atropelam os interesses do país, acrescentado que: ”Técnicas maçónicas, usadas por maçónicos. A maçonaria tem uma grande importância no PS. A maçonaria tem essa diferença em relação ao país – a maçonaria tem e sempre teve uma estratégia, uma estratégia de poder. Não o poder como instituição, mas o poder para os membros da maçonaria. Hoje o poder é poder económico. E como o secretismo é uma vantagem, é fácil aos maçons controlarem deliberações, grupos de decisão. Tenho experiência de quando estava no parlamento. Numa comissão de inquérito, se quatro ou cinco das 20 pessoas são da maçonaria, os outros votam de acordo com a sua visão e eles decidem todos juntos a nomeação de alguém, numa instituição, num concurso público, e a maçonaria tem vantagem”.

Perante isto, está tudo dito!