«O horrível drama de Lisboa, página trágica da História, sangrento episódio da luta de um povo e dos seus governantes, desencadeou em todo o mundo civilizado uma reprovação unânime. Tais crimes não se podem desculpar pela paixão política, e aqueles que ao virar da esquina, atiram sobre um soberano não podem aspirar a ter outro nome que não o de assassinos.(...) Todo o comentário é, de resto, supérfluo quando se trata de semelhantes actos, tão bárbaros quanto inúteis, dado que o soberano desaparecido deixa, no próprio terreno, um sucessor.»
Le Petit Journal, Paris, 3 de Fevereiro de 1908
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Faz hoje 106 anos que El-Rei D. Carlos e seu filho D. Luís Filipe, foram bárbara e covardemente assassinados, por dois criminosos, a soldo da República. Morreram pela Pátria!
Não, não esquecerei este hediondo crime!
Não é a primeira vez que escrevo sobre o tema, mas nunca é demais recordar, para que as novas gerações não se esqueçam que em pleno séc. XX, em Portugal se cometeu um CRIME, o assassínio de um Rei, legítimo chefe de Estado de Portugal e do jovem herdeiro da coroa, seu filho primogénito.
Foram emboscados e abatidos como se de presas de caça se tratassem, por dois infames assassinos, de acordo com um plano previamente estabelecido pelos cabecilhas republicanos e que teve o apoio de alguns dissidentes monárquicos.
Não, não esquecerei este hediondo crime!
O sistema político que vigorava desde a Regeneração estava desgastado (à semelhança do que acontece hoje em dia), pois resumia-se à alternância de dois partidos no Poder, o Partido Progressista e o Partido Regenerador (hoje em dia a alternância é entre o PS e o PSD-CDS).
Os Republicanos e os dissidentes monárquicos elegeram o Rei como alvo, atribuindo-lhe a culpa por toda a instabilidade que se vivia. Os primeiros porque queriam a mudança do regime, os segundos porque deixaram de ter influência política.
Não, não esquecerei este hediondo crime!
Como pode um regime ser considerado legítimo, quando na sua origem tem o sangue de um patriota, que amava como poucos o seu país e do seu filho, que estava preparado para ser o melhor Rei da Europa?
Não, não esquecerei este hediondo crime!
Com que direito se assassina um filho à frente de uma mãe, que apenas com um ramo de flores na mão enfrentou um dos matadores?
Não, não esquecerei este hediondo crime!
O Regicídio marcou o fim de uma tentativa de reforma da Monarquia Constitucional, que el-Rei pretendia levar a cabo, e precipitou a queda do regime. Logo como se pode considerar legítimo um regime que ascendeu ao poder por via criminosa e que nunca foi referendado?
A Europa ficou chocada e atónita, levando este criminoso acto a que diversos chefes de Estado e de Governo protestassem veemente, uma vez que D. Carlos era muito considerado.
Não, não esquecerei este hediondo crime!
Mas afinal o que trouxe a república de 1910 aos portugueses, senão uma nova escalada de violência na vida pública do País? Vitupérios e insinuações, ofensas ao Chefe de Estado, perseguição à imprensa com encerramento de jornais, o parlamento de partido único, caciquismo, burla, a depreciação da mulher, os presos políticos – enchente nas prisões desde 1910 – protestos na imprensa estrangeira – acusações de tortura e envenenamento dos presos políticos, os assassínios políticos, etc., sem esquecer o anti-jesuitismo e a perseguição á Igreja Católica, políticas levadas a cabo pelo biltre Afonso Costa que em 1910 afirmava que acabaria com a religião em duas ou três gerações.
Não, não esquecerei este hediondo crime!
Se a monarquia constitucional tivesse progredido e aperfeiçoado, e se em Portugal actualmente o regime fosse Monárquico, presumivelmente não teria existido o Estado Novo e 48 anos de ditadura salazarista (que os actuais dirigentes republicanos insistem em afirmar que não foram república mas, Monarquia é que não foi), e, consequentemente, o nosso país teria um grau de desenvolvimento semelhante ao dos restantes países monárquicos da Europa, que apresentam uma democracia muito mais forte e consolidada.
Mas não; não deixaram que isso acontecesse e o resultado está à vista nos nossos dias: Políticos incompetentes, compadrio e corrupção!
D. Carlos, numa carta a João Franco em 1907, escrevia «Não é homem de Estado, nem sabe servir o seu País aquele que, julgando ter afirmado um erro, se não penitencie dele e não esteja pronto, reconhecendo-o, a seguir caminho diverso que julgue mais oportuno e conveniente».
Mas, os políticos portugueses persistem no sistema….
Não, não esquecerei este hediondo crime!
Morreram Pela Pátria. Que descansem em paz!
Viva o Rei!
«Mas era um tirano o rei que mataram? Tirano o jovem príncipe de 20 anos, exuberante primavera que só pode sorrir? Oh, retórica de Brutos, envenenados de frases, saturados de ódio imbecil. Mesmo se o rei fosse culpado - e isso está longe de ser provado - e que o filho estivesse preparado para ser culpado arbitrariamente, as vossas pistolas e as vossas carabinas absolveram-nos.»
Corriere della Sera, Roma, 3 de Fevereiro de 1908
«Se algum dia mandarem embora os reis vão ter de voltar a chamá-los»