coisas de nada
Duas coisinhas a propósito disto:
1. Não sou um "hoteleiro algarvio", e se fosse, tinha vergonha. Os "hoteleiros algarvios" são os principais culpados do estado da hotelaria no Algarve.
Vivo no Algarve há 10 anos. Em Julho do ano passado, abri uma pequena guest house na Praia da Rocha. O que aprendi, nestes 9 meses e meio, dava para escrever um livro.
Aprendi, sobretudo, que ficar à espera que "os funcionários públicos e os pensionistas tivessem este ano dinheiro para fazer férias", é prática corrente por estas bandas.
Abre-se uma unidade hoteleira, e fica-se à espera que as pessoas venham. Fica-se, sobretudo, pendurado num mês de Agosto feito à conta das férias dos portugueses.
E quando os portugueses não têm dinheiro, está tudo estragado.
(vimos o mesmo filme com os turistas ingleses e irlandeses, há uns anos atrás)
Há honrosas excepções entre os "hoteleiros algarvios". Heróis que não fecham no inverno, que não ficam à espera que os clientes venham só porque sim, que adicionam valor à estadia dos seus hóspedes.
Estes são os hoteleiros que, ano após ano, vêem os seus clientes regressar; clientes que conhecem os funcionários do hotel pelo nome; clientes que recomendam o Algarve aos amigos.
O Algarve que aprendi a amar.
2. Sou contra o acordo ortográfico.
Sou ainda mais contra a falta de coerência e o trabalho mal feito.
Um texto em que se escreve as palavras ora em conformidade com o AO, ora da forma normal, não sei se me dá vontade de rir, se de chorar.
É realmente decepcionante.