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Risco Contínuo

Estrada dos bravos, blog dos livres

Risco Contínuo

Estrada dos bravos, blog dos livres

coisas de nada

Sofia de Landerset, 18.04.13

 

Duas coisinhas a propósito disto:

 

1. Não sou um "hoteleiro algarvio", e se fosse, tinha vergonha. Os "hoteleiros algarvios" são os principais culpados do estado da hotelaria no Algarve.

Vivo no Algarve há 10 anos. Em Julho do ano passado, abri uma pequena guest house na Praia da Rocha. O que aprendi, nestes 9 meses e meio, dava para escrever um livro.

Aprendi, sobretudo, que ficar à espera que "os funcionários públicos e os pensionistas tivessem este ano dinheiro para fazer férias", é prática corrente por estas bandas.

Abre-se uma unidade hoteleira, e fica-se à espera que as pessoas venham. Fica-se, sobretudo, pendurado num mês de Agosto feito à conta das férias dos portugueses.

E quando os portugueses não têm dinheiro, está tudo estragado.

(vimos o mesmo filme com os turistas ingleses e irlandeses, há uns anos atrás)

Há honrosas excepções entre os "hoteleiros algarvios". Heróis que não fecham no inverno, que não ficam à espera que os clientes venham só porque sim, que adicionam valor à estadia dos seus hóspedes. 

Estes são os hoteleiros que, ano após ano, vêem os seus clientes regressar; clientes que conhecem os funcionários do hotel pelo nome; clientes que recomendam o Algarve aos amigos.

O Algarve que aprendi a amar.

 

2. Sou contra o acordo ortográfico.

Sou ainda mais contra a falta de coerência e o trabalho mal feito.

Um texto em que se escreve as palavras ora em conformidade com o AO, ora da forma normal, não sei se me dá vontade de rir, se de chorar.

É realmente decepcionante.

 

a random act of kindness*

Sofia de Landerset, 17.04.13

 

Há muitos anos atrás, quando ainda morava em Lisboa, cheguei um dia a casa, de táxi.

O motorista parou em segunda fila à porta do meu prédio, e eu paguei e saí do carro. 

Levava vestido um casaco encarnado, que ficou preso na porta do táxi quando a fechei.

Não me apercebi disso até que o carro arrancou, e eu caí no chão e comecei a ser arrastada entre o táxi e os carros que estavam estacionados ao longo da rua.

Lembro-me de pouca coisa. Lembro-me, no entanto, de pensar que aquela era uma maneira estúpida de morrer. E que ia doer. Ia doer muito.

 

Obviamente, não cheguei a morrer.

 

Um rapaz que estava no passeio tinha-me observado a sair do táxi, e depois viu-me desaparecer de repente. Foi ele que correu para parar o táxi, salvando-me a vida, no fim do quarteirão.

 

Nunca me esqueci daquele momento, nem daquele rapaz. Sei que nunca lhe agradeci como devia. Em estado de choque, não quis outra coisa senão correr para casa. E foi isso que fiz, sem olhar para trás. Levei horas a dar-me conta do que tinha ali acontecido; levei horas até que conseguisse sequer sentir as dores nas mãos e nas pernas, cheias de cortes e arranhões.

 

Ainda hoje lamento não ter dito "Obrigada". Era o mínimo.

 

Esta manhã, na estação de metro do Marquês de Pombal, linha amarela, sentido Odivelas, entre as 8h35 e as 8h40, a minha filha Francisca deixou cair o telemóvel na linha.

Um rapaz desconhecido apanhou o telemóvel e entregou-lho.

Ela, de cabeça perdida, pensando que tinha ficado sem o telemóvel, não lhe conseguiu agradecer como gostaria.

Encontrar este rapaz para lhe agradecer devidamente é missão impossível? Provavelmente é.

Mas fica aqui dito que a gratidão que lhe é devida está guardada para um dia que se voltem a cruzar na estação do Marquês. 

 

E como eu acredito que somos um, todos nós e o universo, e amor com amor se paga, literalmente, enquanto não encontramos o rapaz do metro, vou praticar um random act of kindness*.

Pequenos gestos, expressões de amor pelo próximo.

 

Seja ele quem for.

 

 

 

 

 

* um acto aleatório de bondade

Graça Franco e a "Piolheira"

José Aníbal Marinho Gomes, 15.04.13

 

Acabei de ouvir na RTP informação no programa "Termómetro da política portuguesa" apresentado por Carlos Daniel, a "jornalista" Graça Franco tecer algumas considerações sobre El-Rei D. Carlos que me deixaram algo perplexo.

Afirmar-se a propósito do título da entrevista do Dr. Mário Soares ao Jornal i "O Presidente Cavaco Silva devia lembrar-se da história do século xx. Por muito menos que isto foi morto D. Carlos", que a situação do actual PR não era comparável à do Rei D. Carlos, uma vez que este monarca para além de viver alheado da realidade era odiado pelo povo, a quem tratava como “piolheira”, é no mínimo leviana e demonstra total desconhecimento da história de Portugal, pelo que sugiro à Dr.ª Graça Franco que se fique pela sua área académica (economia) ou mesmo pelas Ciências da Informação área onde é pós graduada, deixando de lado este tipo de comentários que em nada dignificam a classe a que pertence...

Assim, aconselho vivamente a Dr. Graça Franco a ler a biografia de D. Carlos I da autoria do Prof. Dr. Rui Ramos, mas se os seus tiques de republicanismo primário a impedirem de realizar tal tarefa, recomendo pelo menos a leitura do artigo “Breve história da «Piolheira»” da autoria de Nuno Resende.  

Alguns meses antes do atentado D. Carlos sabia perfeitamente a situação do país e os riscos que corria, mesmo assim não se escondia como fazem hoje em dia os nossos políticos. Atente-se no desabafo ao seu ajudante de campo, tenente-coronel José Lobo de Vasconcelos: «Tu julgas que eu ignoro o perigo em que ando? No estado de excitação em que se acham os ânimos, qualquer dia matam-me à esquina de uma rua. Mas, que queres tu que eu faça? Se me metesse em casa, se não saísse, provocaria um grande descalabro. Seria a bancarrota. E que ideia fariam de mim os estrangeiros, se vissem o rei impedido de sair? Seria o descrédito. Eu, fazendo o que faço, mostro que há sossego no País e que têm respeito pela minha pessoa. Cumpro o meu dever. Os outros que cumpram o seu.».

Que Palavras sábias proferidas por um grande estadista!

 

Belisquem-me!

Duarte d´Araújo Mata, 13.04.13

"Conselho Nacional do PSD aprova voto de louvor a Relvas:

O texto foi aceite pela mesa do Conselho Nacional do partido e o voto de louvor ao ministro Miguel Relvas foi aprovado por uma larga maioria - 174 votos a favor, três abstenções e um voto contra (Virgínia Estorninho)." (in Público AQUI)

PODER LOCAL VAI SER HOMENAGEADO NA PRAIA DE MIRA

António Veríssimo, 12.04.13

“Poder Local, uma das grandes conquistas de Abril”, é o título de um debate que se vai realizar no dia 19 de abril, pelas 21H00, no Hotel Miravillas, na Praia de Mira. 
A iniciativa integra-se na programação de “Abril, lembranças mil”, que se inicia nesse dia e que decorre até dia 27 de abril, e pretende homenagear o Poder Local. 
Para este debate, a organização convidou autarcas e ex-autarcas dos concelhos de Mira, Cantanhede e Vagos e também outros de Ilhavo, Aveiro, Coimbra, Figueira da Foz, Montemor-o-Velho, Condeixa, Lousã, Miranda do Corvo, Oliveira de Azeméis, Águeda, Oliveira do Bairro, Porto, Gaia, Matosinhos, Espinho, Viana do Castelo, Seia, Coruche, Tomar e os ex-presidentes e o atual presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses. 
Da restante programação de “Abril, lembranças mil”, cujo programa geral será divulgado dentro de dias, destacam-se os espetáculos que se vão realizar (dia 21, no Seixo e dia 27, em S. Caetano), a evocação do 25 de Abril no jardim municipal de Mira e um almoço comemorativo (dia 25, no Restaurante Tico-Tico, em Mira), a projeção de um filme sobre Timor com debate (dia 20, no Café Aliança, em Mira), a tertúlia sobre “literatura, política e cidadania” (dia 26, em Mira), diversas exposições de pintura e escultura, actividades escolares, entre outras.
São parceiros na organização desta iniciativa, este ano alargada também ao concelho de Cantanhede, o Movimento Cultura e Cidadania, a Associação Cultural e Recreativa do Seixo, o Movimento Literário, o Movimento Unidade na Luta, o Agrupamento de Escolas do Concelho de Mira, as Juntas de Freguesia de Mira, do Seixo e de S. Caetano e a Câmara Municipal de Mira.

GOVERNO ESTÁ CONTRA OS INTERESSES DAS POPULAÇÕES

António Veríssimo, 12.04.13

O Movimento de Defesa do Ramal Pampilhosa/ Figueira da Foz tem-se debatido ao longo dos tempos pela requalificação e reabertura daquele ramal ferroviário.
Vítor Ramalho, dirigente do movimento, lembra, hoje como sempre, que esta linha “é estrutural e estruturante para toda a região que serve, não só no tocante ao transporte de passageiros, mas também ao transporte de mercadorias” e lembra que “metade das obras de requalificação já estão feitas e depois de tanto dinheiro gasto justifica-se o terminus da obra e a consequente abertura do ramal. Com a reabertura e modernização, ganhavam as populações, ganhavam os produtores, ganhava o porto da Figueira da Foz, ganhavam as nossas exportações uma vez que a partir da Pampilhosa é possível fazer trajetos ferroviários para todo o país e para toda a Europa”.
Também o Movimento Cultura e Cidadania, que juntou em Mira representantes partidários que defendiam e defendem o ramal, lamenta as noticias que mostram que a REFER e o Governo “estão contra os interesses das populações, das autarquias e dos empresários” que em devido tempo demonstraram ao Governo “o interesse em manter a linha em funcionamento”.

A TESOURA NÃO CORTA A DIREITO

António Veríssimo, 12.04.13

O facto de Pedro Passos Coelho vir dizer que não vai aumentar mais os impostos não pode deixar os portugueses descansados. É que se preparam grandes cortes em setores como a Saúde, a Educação e a Segurança Social e isso quer dizer que vamos continuar a perder. Vamos continuar a afundar-nos. Vamos continuar a verem ser cortados subsídios e pensões. Mas, a tesoura não corta a direito, faz desvios, e nas Parcerias Público-Privadas (PPP) o governo não mexe. Forte com os fracos e benevolente com os fortes, o primeiro ministro lá vai afastando o cenário de crise política e esperando envolver o líder do PS nos cortes.

É impossível perder a Terra Sã deste ano!

Pedro Quartin Graça, 12.04.13

Não faltam razões para visitar a Terra Sã

Conheça o programa de animação, que inclui 5 diferentes oficinas de culinária, lançamento de livros, oficina de selecção e conservação de sementes, palestras extra e muita animação para crianças, em: http://www.agrobio.pt/pt/wst/files/I501-ANIMACAOTS-LX2013.PDF

Acompanhe a par e passo tudo o que se vai passar na próxima Terra Sã em Terra Sã - Abril de 2013

 

Programa aqui.

Christine Lagarde e a Lição a Gaspar

JFD, 11.04.13

VALORIZO as pessoas que são capazes de reconhecer os seus erros e arrepiar caminho em tempo oportuno, não arrastando consigo quem os rodeia rumo ao abismo por teimosia. Está pois, implícito, que não valorizo, nada, Vítor Gaspar. A arrogância intelecutal não é sinónimo de competência mas teimosia. Christine Lagarde, diretora-geral do FMI, não há muito tempo atacou os países periféricos, falou em populações a viver acima das suas possibilidades, discurso importado ipsis verbis por Passos Coelho e Vítor Gaspar. Em tempo oportuno percebeu (ou fizeram-na perceber) que a austeridade não era rumo algum e que o que havia dito era absurdo. Infelizmente, o recuo paradigmático em nada demoveu o governo português ou a troika, deixando transparecer que esta última é age à revelia do FMI e que é Vítor Gaspar, Angela Merkel e os bancos europeus quem a comanda. Ontem Lagarde afirmou que é necessário limpar o sistema financeiro e encerrar bancos que não valham apena manter em cuidados paliativos. Ninguém vai ouvir, certamente.

 

[também ali]