Sobre outros artistas do Parque dos Poetas
Fotos disponibilizadas pela CMOeiras no seu sitio do facebook
Se alguém pensa que eu receberia as notícias da inauguração, para breve, da 2ª fase do Parque dos Poetas em Oeiras com um "deixa estar, ao menos sempre é um Parque", engane-se.
As recentes declarações da Vereadora dos Espaços Verdes Madalena Castro assumem uma enorme gravidade, perante a assumpção de responsabilidades na concepção do modelo do Parque. O Parque dos Poetas é o exemplo máximo de uma zona verde com enormes custos de construção e manutenção. Ser uma zona verde não significa, nem de perto nem de longe, que seja sustentável, nem ecológica e muito menos economicamente. Para o executivo camarário que tem Governado Oeiras, um Parque pode ter apenas 15ha e custar a módica quantia de 27 Milhões de Euros! Desde muito cedo que esta verba foi considerada incómoda.
Os apenas 7,0ha que irão ser inaugurados custam 7 milhões de euros, o que significa cerca de 100EUR,00/m2. Uma enormidade.
Qualquer Arquitecto Paisagista sabe que este valor por metro quadrado é francamente excessivo face aos custos considerados razoáveis para se executar uma obra com qualidade. Ainda para mais num território com o potencial intrínseco que esta área tinha. Falamos de 7 milhões de Euros gastos numa área que foi totalmente revolvida, modelada e "super-equipada", em excesso, em vez de uns muito razoáveis 2 a 3 milhões de euros.
A Vereadora admite que que se soubesse que hoje iriamos estar num contexto de crise...As zonas verdes devem ser sempre projectadas para contextos de crise! Não se trata apenas de uns milhões que se teriam poupado na construção, até porque não faltam em Oeiras áreas a precisar deste investimento. Trata-se de deixar, para o futuro, uma zona verde com maior resiliência e com menores custos de manutenção. Muito menores custos de manutenção, fardo esse que tendará a pesar cada vez mais no orçamento municipal.
O Parque dos Poetas foi concebido para ser uma obra luxuriante. Esse foi em boa parte o conceito, e a razão agora deste "pedido de desculpas". E por isso esse conceito tem responsabilidades políticas. Todas aliás.
A Autarquia, na voz da sua Vereadora, fala de uma poupança recente de 27 milhões para... 21 milhões, através do corte em algumas estruturas previstas, que afinal eram...adiáveis. Por exemplo, um enorme Parque de Estacionamento.
Eu deixo a verba de 7 milhões de euros como o valor máximo que se deveria gastar nestes 15,0 ha de zona verde. Ainda era possivel poupar 14 milhões de euros. Verbas que davam para construir boa parte daquilo que Oeiras precisava urgentemente: uma rede de corredores verdes que aproveitasse os seus belíssimos vales, a qualificação da frente ribeirinha entre Algés e Paço de Arcos e a construção de um grande Parque Metropolitano, aproveitando o cabeço de Talaíde e a Serra de Carnaxide. Fazer zonas verdes é aproveitar Paisagem.
E a Paisagem natural de Oeiras é, por si só, exuberante. Não a estraguem mais.