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Risco Contínuo

Estrada dos bravos, blog dos livres

Risco Contínuo

Estrada dos bravos, blog dos livres

Mais uma crise - a da meia-idade!

João Távora, 31.12.08

Em maré de crise, há que dar uso ao termo, gastá-lo até às lonas. Depois, comprei as Selecções do Reader’s Digest na caixa do Supermercado, uma garrafa de espumante e uma passas bem mirradinhas para passar a meia-noite calmamente em casa com os pequenotes a batermos com uma colher de pau nos tachos à varanda. Comprar a revista foi um acto de saudosismo: uma agradável leitura de casa de banho, com tradições na família – em casa da minha avó havia-as dos anos quarenta com publicidade às Fortalezas Voadoras Douglas e às telefonias Zénite. Depois saltou-me à vista o título em grandes parangonas: “Luxúria , Líbido e a CRISE da Meia-Idade” – irresistível, vi logo que aquilo era um assunto importante.
Eu que sempre sobrevivi e cresci de crise em crise: a dos dentes, a dos sete anos, a da pré-adolescência, a da propriamente dita e posteriores, esperava escapar a esta. Lendo o artigo, e depois de uma curta auto-análise, imediatamente reconheci em mim alguns sintomas  preocupantes: tenho 47 anos, "mudei de emprego recentemente", "frequento um ginásio" e estou a ficar velho e careca. A meu favor tenho o facto de não ter “comprado um descapotável”, de não sofrer de "Disfunção Eréctil" (So far so good!), e de não me babar boquiaberto perante uma mulher bonita (um esforço incessantemente renovado ao longo da minha vida - nunca o escondi), não ter “comportamentos temerários”, não fazer “compras extravagantes” (!) e não andar pr’aí na galderice a “fazer tatuagens” e assim. Na dúvida, procurei nas páginas seguintes um teste de cruzinhas que me esclarecesse bem. Em vez disso, encontrei os “Flagrantes da Vida Real” e logo se me desvaneceram todas as preocupações. Mesmo em crise, financeira ou outra, há coisas que, por se manterem imutáveis, nos acalmam o espírito: como é o caso das Selecções e uma passagem de ano sossegado em casa.

 

Um ano novo feliz para todos e não dêem demasiada importância ao calendário!

O Professor Novais diz:

José Abrantes, 31.12.08

 

Pede-me o Professor Novais que aqui deixe uma mensagem de Feliz Ano Novo, o que faço, nem que seja porque era mesmo isso que ia fazer. O Professor e eu estamos de acordo um com o outro e em fusão com o universo, que garante que o próximo ano será bem pior que este! mesmo assim, manda a boa educação que aqui deixemos estes votos, com toda a amizade.

 

Ilustração do autor

Guerra à vista!

José Abrantes, 31.12.08

Que se desnegane quem pense que este conflito "açoreano" entre o Presidente da República,  Cavaco Silva, e o Grão-Mestre do partido do governo, Sócrates, não passa de uma diatribezinha entre dois governantes partidáriamente antagónicos.

O que interessa esta "bulha" ao presidente da República? Nada. Querendo ser reeleito, tem de ser prático e conciliador com todos os quadrantes da nossa pulhitica. E com todos os eleitores que puder arrebanhar.

 

O que interessa ao engenheiro made in PS? Tudo! Desde o inicio da sua relação com Cavaco Silva que afirma que tudo tem sido cordato, fluido e responsável entre ambos. Agora, que as eleições presidenciais estão de novo a acenar, há que apresentar cada vez mais hostilidade com Cavaco Silva, para que depois os eleitores não se interroguem: "- Mas afinal, se gostam tanto um do outro, porque haverá o P. S. de escolher outro candidato?"

Por isso mesmo, a contenda subirá gradualmente de tom, até parecer aos que votam que, para o P. S., é mais que compreensivel a necessidade de apresentar um Guterres qualquer como próximo aspirante ao poleiro presidencial...

A disputa mal começou!

A alegria do amanhã

João Eduardo Severino, 31.12.08

Amanhã é outro ano. Com o novo ano chegam coisas novas. A grande mudança: "Yes, we can!". O Governo reduz os impostos. Alegria a jorros entre a populaça. Viva! a gasolina está abaixo de 1 euro por litro. Nos hospitais aguarda-se apenas meia-hora por uma consulta. As fábricas passaram a exportar muito mais e os despedimentos acabaram. Alegria de vida. Um encanto. Sentir que nas escolas os professores voltaram a ser respeitados e admirados. Amanhã é um novo ano, um novo ciclo, um novo governo, perdão, isso não! estamos bem assim porque o povo vai viver melhor na companhia do Tratado de Lisboa. Mas, amanhã, o dia primeiro de Janeiro de 2009 não nos traz qualquer alegria? Interrogação gratuita. Há uma alegria enorme a festejar: este blogue maravilhoso faz um mês de existência e já ultrapassou as 10 mil visitas. Bom Ano!

Boletim meteorolo-beligerante para o final de ano

Nuno Duarte, 31.12.08

Em toda a zona intercontinental mundial surgirão condições favoráveis para a formação de atritos e quedas de rockets, com especial referência para a fronteira Indo-Paquistanesa e todos os subúrbios e arrabaldes de Iraque e Afeganistão.

São esperados períodos de muita nebulosidade na faixa de Gaza, podendo por vezes ser de raids aéreos ou mesmo de invasões terrestres em certas zonas do território.

Vento moderado a forte para as bandas do País Basco, após o atentado desta manhã, sendo de esperar queda do clima de confiança, que pode inclusive levar ao corte de alguns acordos e tratados de não agressão.

A pior situação no entanto deverá ocorrer entre São Bento e Belém, uma vez que a tempestade tropical “colaboração periclitante Aníbal/José” progrediu para o furacão de nível 3 apelidado de “Estatuto dos Açores”.

Assumir o Risco

Nuno Duarte, 30.12.08

Companheiros, amigos, ou simplesmente co-vitimizados pela crise que se avizinha:

 

existem variadas e inefáveis maneiras de se assumir o Risco que é arriscar dizer algo sem ferir susceptibilidades, abalar consciências ou   iniciar processos por difamação.

Como infelizmente a capacidade de discernir quais sejam me ilude desde a minha afamada composição da quarta classe intitulada “O alce”, onde percebi que devia retratar a vida de um vizinho constantemente traído pela esposa e não os hábitos do quadrúpede do mesmo nome, venho por isso desde já pedir desculpa por qualquer loiça partida.

 

Bom dia vizinho!

 

A minha lista

João Távora, 30.12.08

É vulgar nesta época a publicação de listas das mais destacadas personalidades ou acontecimentos que marcaram o ano que termina. Mas eu que não sou um particular devoto do S. Calendário, confesso que tenho dificuldade em contribuir para esse peditório oficial com os estafados Ronaldos, Obamas, Geldofs e quejandos. Assim, arrisquei-me a formular uma lista própria, pouco maturada e fruto do momento emocional, genuína e subjectiva como eu acho que deve ser:


O meu disco do ano: Concerto para Piano nº 3 de Rachmaninof ao vivo, com Martha Argerich, da Philips Classics.
O meu concerto rock do ano: Neil Young a 8 de Junho no passeio marítimo de Algés.
A minha música pop do ano: Viva la vida dos Coldplay.
As minhas leitura do ano I: As Incursões Monárquicas 1910 – 1920, Memórias da Condessa de Mangualde, Quetzal Editores 2002 

As minhas leitura do ano II: Tradição e Revolução – Uma biografia do Portugal Político do século XIX e XX, por José Adelino Maltez – Tribuna da História 2004.
A minha releitura do ano: A Cidade e as Serras – Eça de Queiroz sempre!
A efeméride do ano: O Centenário do Regicídio.
O meu jogo de futebol nacional do ano: Sporting 5 - Benfica 3 de 16 de Abril para a Taça.
O meu blogger do ano: Filipe Nunes Vicente, do Mar salgado.
O meu blog (individual) do ano: Combustões.
O meu blog (colectivo) do ano: O Corta-fitas, apesar de tudo.
O meu “ódio” de estimação do ano: O jugular com f pequeno.
O meu projecto do ano (com total imodéstia, que aquilo dá uma trabalheira!):  Plataforma do Centenário da Republica (o site e o blog).
O meu jornal diário do ano: o Diário de Notícias (mas só aos Sábados!).
O mais tendencioso comentador económico da rádio: António Peres Metello – TSF.
O mais tendencioso director de canal TV: António José Teixeira – SIC Notícias.
O meu programa de TV do ano: "Quadratura do Circulo" da SIC Notícias.
O meu programa de rádio do ano: “Contraditório”, apesar de pouco, na Antena 1.
O pior programa de rádio do ano: “Esplendor de Portugal” da Antena 1

A mais eficaz Agência de Comunicação do ano: O XVII Governo Constitucional
A minha apreensão do ano I: a crise financeira internacional.
A minha apreensão do ano II: a força da esquerda radical no meu país.
A minha apreensão do ano III: o desnorte da direita no meu país.
O meu homem do ano: o irresistível diabrete que é o meu filho de 20 meses.
A mulher do ano: a minha (Deus lhe dê muita saúde e paciência para me aturar).


 

Venha mais um (que não é qualquer um)

Tiago Salazar, 30.12.08

Ter o Nuno (Duarte) no elenco de riscadores é uma dupla honra. O Nuno é meu "primo" (primo direito da minha mulher). Tê-lo aqui doravante (entre os meus) é como se ele estivesse a dizer-me como um capo de Palermo diz ao membro mais chegado da famiglia "bem vindo, meu filho". A segunda honra é saber de onde ele vem, e como isso prestigia a nossa canalha. O Nuno é um alto escriba da sátira, do pícaro, do fantástico, da linhagem do Laurence Sterne, do Terry Gilliam, do Bordalo Pinheiro ou do novel prodigio Ricardo Araújo Pereira (de quem é afim de talento e oficina, nas aclamadas Produções Fictícias). É um puto de 1975 que já trilhou muitos livros, já assinou muitas páginas do mais indecoroso humor, esse assunto de extrema seriedade. Ao fazer-lhe o convite para se alinhar (ou desalinhar) entre os amigos do Risco creio eu, na minha modesta ideia, estar a prestar um bom serviço público à Nação e uma honrosa acção católica (progressista) pois se há coisa que estou certo o Nuno trará de novo a este local com tanto de sagrado e pagão é contribuir para a divulgação da fé e liberdade segundo as mais denodadas e apalavradas heresias.      

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