O jornal Público titulava na 1ª página da edição de hoje, e desenvolvia na secção de Economia, que os «Grandes grupos económicos serão os alvos prioritários para o fisco», justificando que são o ambiente propício para expedientes que levam à perda de receita fiscal.
Pasmo sempre ao ver que, no ambiente de tirania e asfixia fiscal que é o nosso, os jornais abordam o tema pelo lado do fisco, de quem quer cobrar ainda mais, e raramente pelo lado dos contribuintes. Tomam por boa e bem aplicada a rábula Robin dos Bosques de Sócrates, mesmo agora quando já é patente o que Sócrates quer: aumentar ainda mais os impostos, para pagar o descontrole dos gastos públicos e a caríssima aleatoriedade deles.
Se Robin dos Bosques regressasse neste lugar e tempo, Sócrates (o administrador que sufoca o povo de impostos para esbanjar a receita deles) seria o inimigo, não o parceiro. Que este facto simples não ocorra à demagogia e ao currículo lacunar do PM, compreeende-se. Que não ocorra a jornalistas - que deveriam ter o cepticismo como ferramenta, e algum cinismo como medida de sanidade - compreende-se pior.
Um modelo alternativo: lady Godiva, que percorreu, nua, as ruas de Coventry, em protesto contra os impostos demasiado altos postos em vigor pelo marido. Honi soit qui en Câncio pense.