23 bocejaram
Foto Leonardo Negrão/DN
Na última sessão da Assembleia da República foi aprovado o Orçamento de Estado para 2009. O ministro das Finanças Teixeira dos Santos discursou e aborreceu os presentes com tanta lamúria. O primeiro-ministro José Sócrates bocejou. Naquele momento, por contágio, bocejaram 23 deputados. José Sócrates estava aborrecido ou estava com falta de oxigénio no sangue. É verdade, a discussão é antiga e pertinente. O bocejo é contagioso e pode ter um impacte forte e imediato. Bocejar continua sob uma auréola de mistério, com origens antigas. Vários animais bocejam: crocodilos, peixes, primatas, cães e pássaros. Um fenómeno que também já foi constatado em bebés recém-nascidos e fetos humanos. Os cientistas continuam a fazer testes sobre o bocejo e sabe-se que chimpanzés adultos expostos a vídeos com chimpanzés a bocejar acabaram também por fazer o mesmo. A sabedoria tradicional insiste que bocejamos quando estamos aborrecidos.
No entanto, os especialistas já detectaram bocejos em atletas profissionais mesmo antes de uma competição, em artistas antes de entrarem em palco e em cães a prepararem-se para correr. As mentes mais científicas defendem que bocejamos quando temos falta de oxigénio no sangue ou um acréscimo de dióxido de carbono nos nossos sistemas. Por ouro lado, há quem afirme que o bocejo representa vontade de dormir. Essa tese é contrariada por aqueles que lembram a prática do bocejo, muitas vezes, na hora a seguir a acordarmos de um sono profundo. Resta-nos esperar que o mistério seja descoberto e talvez fiquemos a saber ao certo porque bocejou José Sócrates...